“nasce uma mãe, nasce a culpa”

 

dei crédito

e

esse dito

passou a habitar

corpo de mãe

 

recém parida

assumi as culpas im_possíveis

e

com elas

o chicote

 

eita gosto pela sofrência

 

de chicote em chicote

o autoflagelo

 

“meu corpo, minhas regras”

 

régua

rédea

regra

 

corpo

des

con

ect

ado

encontrou

o ato_ritual

de pedir

perdão

 

a culpa sangrava

a cada batida

de braços sobre o peito

a cada arranhão

de unhas sobre o esterno

a cada pensamento

de resolver a questão

de ser eficiente

de ser completa

de ser perfeita

a cada grito

fogo dragão

raiva

 

de

ser

moralmente

aquilo

que

devia

ser

 

confessar a culpa

devia fazer

a culpa sumir

 

há de sumir

ao confessar

essa tal de culpa

 

e

assumo

 

e

nada

de

sumir

 

habilidade

de

culpabilizar

 

contabiliza

in.finitos ciclos viciosos

responsa.culpa.habilidade

 

cansei

da missão

largo mão

 

lar

gar

 

a_largar

 

sem_ti_vi

 

lagarto

bem te vi

 

olho no olho

boiando

na atmosfera

 

pontos de luz

pisca pisca de vaga_lumes

em uma pista aquosa_aérea

mandala

multi.uni.versal

sideral.astral

côósmica

 

corpo

dança

e

escuta

voz

compondo

 

lamp de lanterna

arina de alegre

 

ser sagrado

sá graça

de ser_mos

temp(l)o

 

e assim

do nada

a lugar nenhum

a culpa enfim

encontra sua dança

 

no giro

rodopia

entre palavras

 

pal+cu

al+puc

lupa+c

upl+ca

cal+pu

 

vira_remexe

nesse maxixe

química pura

 

magia

de vi.ver

 

devir

a

ser